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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

amor e sexo

AMOR E SEXOLívia acorda animada. Aniversário de três anos de namoro. Planeja esse aniversário desde quando acabou a “festinha” de comemoração dos dois anos. Ela é romântica, apaixonada. Tarde inteira no salão, e mais algumas horas no shopping para escolher a mais bela das roupas.

Achou melhor não ligar durante o dia, para não estragar todo o encanto do grande encontro, que aconteceria somente ao entardecer. Quando Lívia novamente estaria nos braços do seu amado, como se fosse a primeira vez. Tomariam um vinho, dançariam , e se amariam como nunca haviam amado antes.

Lívia sabia que Ricardo era o homem da sua vida, o que escolhera para casar e ter filhos. Sua vida não seria completa sem ele. Esse amor era intenso, ingênuo e puro. Era o amor modelo, aquele que todas as mulheres idealizam, Ricardo era o homem perfeito. Tinha Lívia como uma princesa, um ser intocável. Até mesmo quando faziam amor era como se fosse um sonho, da forma mais pura.

Toca a campainha, flores, a mais bela de todas. Eram de Ricardo. No cartão os dizeres: “Para minha grande e eterna amada”.

Combinaram de encontrar na casa dele. Hora de ir para os braços do amado. Lívia chama um táxi.
Abre um sorriso, disfarçando a vontade de dar uma gargalhada, quando o motorista diz: “é a primeira vez que vejo um avião entrar dentro de um táxi”. Imaginou o que diria Ricardo quando a visse assim, tão bonita. Certamente seria algo bem mais encantador. Ma talvez não fizesse Lívia se sentir realmente mulher como aquele taxista fez.

Por um momento Lívia esqueceu para onde ia, esqueceu de Ricardo.
_ Que delícia de perfume. Não vou nem perguntar qual é porque certamente tem um nome estranho que eu não vou nem entender.
Lívia novamente sorriu. Ganhara esse perfume de Ricardo, que não só explicou o significado do nome, como descreveu toda sua fragrância. Cheiro de amor. Mas de repente tudo perdeu o sentido. Como pode? O seu cheiro de amor despertou naquele taxista algo mais, talvez uma paixão.

Paixão? O que é isso?

Lívia sabia o que era o amor, um sentimento acima do bem e do mal. Algo que conforta, que traz felicidade. Ela era feliz, ela amava Ricardo.

O carro estaciona, Lívia abre a janela e vê o prédio de Ricardo. Em alguns segundos estará nos braços do seu amado. Entrega o dinheiro e vê...

Lívia vê os olhos daquele que transformou toda a fragrância de seu amor em paixão. Sente o calor do seu corpo, percebe sua boca, sente seu cheiro. Suas mão se tocam...

Lívia pega o troco e desce do carro. Joga tudo dentro da bolsa e entra correndo, sem se lembrar muito bem aquilo que planejara para aquela noite. Aperta o botão do elevador e se lembra do perfume, decide passar mais um pouco, abre a bolsa, empurra o dinheiro jogado, pega o frasco e...

Um bilhete. Lívia acha um bilhete, no meio do dinheiro. A porta do elevador se abre, ela entra, enquanto lê aperta o nove, e em seguida o P, de portaria. O elevado chega no nono andar, ninguém desce e ele volta para a portaria. Nesse trajeto Lívia lê novamente o bilhete: “Estou te esperando aqui em baixo, quero você e seu perfume.”

Sexo. Lívia soube pela primeira vez o que era o sexo. Sentiu o que era paixão. Viu-se mulher.

O carro se distancia da casa de Ricardo. Para em uma rua deserta. Lívia sente aquele homem subir em cima dela. Não conversaram. Não tinham o que dizer.

Um beijo. Lívia sente sua boca pegar fogo com aquele beijo ardente. Por um instante sente medo, pois aquele homem a beija de forma que não consegue respirar direito. Mas acha aquilo tudo muito bom.
O desejo toma conta de Lívia. Decide esquecer o mundo e se entregar para aquela paixão. Beija seu objeto de desejo desesperadamente. Seus corpos cada vez mais perto.

Lídia sabia fazer amor, mas aquele homem não desejava amor, queria sexo. Pedia sexo.

Tiram a roupa. E fazem sexo de forma selvagem, de formas que ela nem sabia que existiam. E se deu conta que pela primeira vez realmente tingiu o ápice do prazer.

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